quarta-feira, 3 de março de 2010

AS TRÊS PENEIRAS

"Augustus procurou Sócrates e disse-lhe:

- Sócrates, preciso contar-lhe sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de...

- Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:

- Espere um pouco Augustos. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?

- Peneiras? Que peneiras?

- Sim. A primeira, Augusto, é a da verdade. Você tem certeza do que o que vai me contar é absolutamenta verdadeiro?  

- Não. Como posso saber? O que se foi o que me contaram!

- Então suas palavras já vasaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?

- Não, Sócrates! Absolutamente, não!

- Então suas palavras vasaram, também a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?

- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.

E Sócrates conclui:

- Se passar pelas peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos benificiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser a estação de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras porque:

Pessoas sábias falam sobre ideias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas".
(Autor desconhecido apud TOMELIM E SIEGEL, 2007, p. 34/35)

Nenhum comentário: