quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Relatório de Estágio nas Séries Iniciais


1 INTRODUÇÃO

O estágio em docência nos anos iniciais do ensino fundamental foi realizado na Escola Estadual Professor Celso Müller do Amaral; cito à rua: Ponta Porã, nº 6500- Jardim Maracanã, Dourados, Mato Grosso do Sul. Criação da Escola: Decreto nº 10039 de 25/08/00. D.0 nº 5337 de 28/08/00.

Acompanhou-me no estágio, a professora regente da turma- 3º ano do Ensino Fundamental- Nadir Lidia Perez de Souza, tendo sua formação no curso: Magistério; graduada em Geografia e pós-graduada em Docência do Ensino Superior. Além da coordenadora pedagógica do 1º ao 9º ano, Elizete Colla, Pedagoga.

A intervenção foi feita no período vespertino, durante uma semana, dias 10 a 14 de agosto de 2009. Conforme combinado com a professora regente, que me passou os conteúdos com os quais estava trabalhando; Português e Matemática. Durante esse período, houve também a interação com professores (as) de outras áreas do conhecimento. A saber: Educação Física, Artes e Produções Interativas. Além disso, no dia 11 de Agosto, terça-feira, em comemoração ao dia do estudante, foi realizada uma programação diferenciada: apresentação- em sala devidamente preparada com DVD, caixas de som- DATA-SHOW - de filmes para as crianças pequenas, e, com direito a pipocas.

Ao chegar à sala de aula, as crianças já estavam me esperando. Pois, a professora havia lhes avisado com antecedência, de minha presença e permanência nas aulas durante àquela semana. Confesso que a primeira vez frente à turma- fiquei um pouco sem saber por onde começar (nervoso). Mas, logo superado pela vontade de passar algum conhecimento às crianças, que a essa altura, prestavam atenção em todos os meus movimentos. Ou seja, a minha postura, (comportamento), estava sendo cuidadosamente analisado pelas crianças.

A prática em sala de aula nos leva a refletir como será nosso dia-a-dia sendo professor. Enquanto estamos estudando apenas as teorias, não temos idéia do que é estar frente a uma classe com 30 ou 40 alunos. Onde cada uma dessas crianças tem sua peculiaridade. Ou, cada indivíduo aprende de um jeito, e o professor deve estar preparado e atento, sempre refletindo sobre sua prática educativa.

A experiência vivida através da prática em sala de aula me mostrou claramente o que significa ser professor. Saber como explicar determinado conteúdo ao aluno. Que um texto, como a história dos “Três Porquinhos”, por exemplo: pode ser usado como eixo temático para trabalhar, além da leitura- Geografia, Ciências Naturais (meio ambiente).

Depois de eu ter trabalhado o texto na aula de Português, a professora Nadir usou o mesmo na aula de Geografia: onde os porquinhos moravam? De (que lugar) onde o porquinho preguiçoso tirou a palha para fazer a sua casa? E a madeira? E o barro para fazer os tijolos? Conforme Freire, apud Weiduschat (2007, p. 51) “O ensinante que assim atua tem, no seu ensinar, um momento rico de seu aprender. O ensinante aprende primeiro a ensinar, mas aprende ao ensinar, algo que é reaprendido por estar sendo ensinado”.

Portanto, é no estágio prático em sala de aula, que o futuro professor tem a oportunidade de se aperfeiçoar, para exercer com êxito sua futura profissão. Segundo (SILVA, 2007, p.35) “A primeira concepção que deve nortear o papel do professor é: ‘aprender e ensinar’ e ‘ensinar e aprender’. Ambas constituem um processo dinâmico, onde um não existe sem o outro. Ensinar pressupõe um aprendizado”

2 RELATÓRIO DA OBSERVAÇÃO

A Escola Celso Müller do Amaral está localizada em uma região com pessoas da classe social menos favorecida financeiramente. O colégio conta com 12 salas de aula, com 56 m² cada; consultório médico/odontológico; sala de tecnologia- computadores com internet; cantina; cozinha, onde é feito a merenda dos alunos. O que deixa a desejar é a irrisória quantia de R$-0,22 centavos, que a escola recebe para a alimentação diária de cada estudante. Com 2.800 m² de área coberta, ainda comporta uma sala de cinema- com televisor, DVD, retroprojetor. Há também uma biblioteca com amplo acervo bibliográfico, onde os alunos fazem suas pesquisas e, quando necessário, tomam livros emprestados para lerem em casa.

E, naturalmente, no setor administrativo ficam as salas do diretor; coordenação; secretaria; sala dos professores; amplo saguão, onde os alunos ficam em fila, e os (as) professores (as) os conduzem através de dois lances de escadarias, até o piso superior, local das salas de aulas. Para alunos cadeirantes há um elevador. Construída em um terreno de 10.000 m², onde há uma quadra de esportes coberta; campo de futebol de areia, e espaço para uma bela horta.

A escola tem um diretor titular, e um adjunto; Que são escolhidos a cada dois anos através de eleição: quando professores, alunos e pais de alunos, votam nos candidatos. Os candidatos, geralmente são professores da própria escola. Mas, pode ser professor de outra escola desde que, concursado no estado. Além disso, os candidatos a diretores de escola fazem uma prova na Secretaria de Educação, na Capital do Estado. Para comprovar os conhecimentos administrativos. Se não atingir a média, na prova, não pode ser candidato.

Na coordenação: são quatro coordenadores pedagógicos- graduados em Pedagogia; um coordenador de Língua Portuguesa- graduado em Letras; e um coordenador de Matemática, 1º ao 5º ano- graduado em Matemática. E, 60 professores, cada um com formação em sua respectiva área.

A professora Nadir é a regente na classe na qual eu fiz o estágio. A mestra, já atuou nas várias fases da Educação Infantil, e séries iniciais do Ensino Fundamental em seus 17 anos de docência. Tem sua formação no magistério, graduada em Geografia, e especialização em Docência do Ensino Superior. Aplica muita criatividade em suas aulas na turma do 3º ano A, vespertino. Sua ênfase é nas leituras interpretativas dos textos. O aluno deve ler e, entender o que leu. Em outras palavras, os pequenos lêem os textos, e depois escrevem no caderno, com suas palavras, do que tratava a leitura. “Meu sonho é ter uma sala de aula informatizada”. (Profª. NADIR).

O planejamento da Escola Celso Müller do Amaral, é feito com base no referencial curricular do Estado de Mato Grosso do Sul e, no Projeto Político Pedagógico- PPP, da instituição. É realizado um planejamento anual, dividido em meses. E o professor faz sua adequação diária, conforme vai aplicando os conteúdos.

O colégio tem 1300 alunos matriculados nos três períodos. Matutino- 6º ao 9º ano, e Ensino Médio; Vespertino- 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental; Noturno- 3ª e 4ª fase da Educação de Jovens e Adultos, fundamental e; 1ª e 2ª fase da EJA Ensino Médio.

A classe na qual eu estagiei, tem 30 alunos, na faixa etária de oito anos. São de famílias humildes, com uma média de cinco integrantes. E, geralmente pai e mãe trabalham fora, para prover o sustento do lar. Quanto ao nível de escolaridade dos pais, a maioria não concluiu o ensino fundamental.

A escola não tem problemas quanto a espaço. Existe uma central de matrículas na cidade, onde é feito a matrícula de todos os alunos. As crianças que já estudam em determinada escola, tem sua vaga garantida. Porém, os novatos são encaminhados- quando não há vagas na escola preferida- à Instituição de Ensino mais próxima de sua casa. Desta forma, evita-se a superlotação nas escolas.

Quanto à rotina: às 13 horas inicia-se a aula. A professora convida os alunos para fazer uma oração... Não é necessário fazer a chamada, pois, a mestre, só de olhar para a sala, já sabe se está ou não faltando alguém, e quem.

Em seguida, a professora apresenta alguns textos para as crianças. Estamos numa aula de Língua Portuguesa, e o gênero textual em estudo é “fábulas”. Os alunos lêem as histórias em silêncio. Terminada a leitura, a professora pede para que eles escrevam em seus cadernos- com suas palavras- o que entenderam do material lido. 

Ao fazer a correção das escritas dos alunos, a Educadora tem a oportunidade de avaliar se o educando compreendeu a leitura, se o texto escrito é coeso e coerente, e também a caligrafia dos estudantes. Soa o sinal, é hora do recreio. Quando retornam à sala, a professora de Artes leva os pequenos para uma aula na sala de tecnologia. É uma festa, as crianças adoram mexer nos computadores. São vários joguinhos pedagógicos, e a meninada pode escolher o de sua preferência.

Na sequência, a professora regente retoma suas atividades, é aula de geografia até as 17h15min, quando enfim os infantes retornam aos seus lares, depois de uma tarde rica em aprendizagem.


3 RELATÓRIO DA INTERVENÇÃO

O estágio nos da à oportunidade de testar na prática, o aprendizado teórico que temos ao longo do curso. É hora de por em teste, os conhecimentos pedagógicos adquiridos e refletir sobre o que, e como, devemos melhorar. Portanto, nosso objetivo é o constante processo de aperfeiçoamento, até chegar a um patamar aceitável, onde possamos dizer que; estamos prontos a assumir uma sala de aula.

Segundo Freire, apud Weiduschat (2007, p. 50-51).

Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende [...] O fato, porém, de que ensinar ensina o ensinante a ensinar certo conteúdo não deve significar, de modo algum, que o ensinante se aventure a ensinar sem competência para fazê-lo. [...] A responsabilidade ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente.

 Para Vygotsky, a aprendizagem se da através da interação com outros indivíduos. A Psicologia da Educação e Aprendizagem reforça essa tese. “Não é possível aprender e apreender sobre o mundo, sobre as coisas, se não tivermos o outro, ou seja, é necessário que alguém atribua significado sobre as coisas, para que possamos pensar o mundo à nossa volta”. (SILVA, 2007, p.12).

A principal tarefa do professor, portanto, é interferir no que Vygotsky chamou de zona de desenvolvimento proximal. Segundo (SILVA, 2007, p.13) “A Zona de Desenvolvimento Proximal é a distância entre aquilo que o ser humano consegue fazer sozinho e o que ele consegue desenvolver com a mediação do outro”. É a partir dos saberes que o indivíduo já possui que o professor deve começar a educá-lo formalmente. Ou seja, intervir na zona de desenvolvimento proximal.

Quando a professora Nadir pede para seus alunos lerem o texto, e depois reescreverem com suas palavras, ela está fazendo as crianças pensarem. Pois, terão que fazer uma análise crítica do texto, mentalmente, e em seguida fazer uma síntese do que entenderam. “No resumir, busca-se referenciar as idéias relevantes [...] os estudantes exercitam o pensar, porque necessitam estabelecer critérios discriminativos, capazes de vislumbrar o que de fato é relevante e pertinente ao assunto”. (TOMELIN e SIEGEL. 2007, p. 166).

Partindo do pressuposto que: as pessoas aprendem através da interação com o meio em que vivem. Para aprender a falar, basta que o indivíduo viva em um ambiente onde haja outros falantes. Da mesma forma se aprende ler e escrever, em um ambiente letrado, onde os alunos e professores tenham o hábito da leitura e da escrita. É através da interação com as letras que o aluno se tornará um leitor proficiente. 

Infelizmente, há os que acreditam que trabalhar nas aulas de língua portuguesa “apenas” (como se isso fosse pouco) leitura e produção textual não possibilitam ao aluno o conhecimento sobre a língua. Muito pelo contrário, é lendo e produzindo os mais diferentes gêneros textuais que o educando vai ampliar seu leque de possibilidades e conhecimentos sobre a língua. (LÜBKE. 2007, p.75) grifo nosso.

Em minha prática docente, levei para sala de aula textos para serem lidos e analisados pelos alunos. Primeiramente, eu lia o texto para as crianças e em seguida, as crianças liam sozinhas, ou toda a classe, ou ainda em grupos. Em seguida fazia-se uma assembléia para discussão do assunto estudado. Tinha-se então a oportunidade de esclarecer as dúvidas e a comentar sobre a história lida. 

É, quando estamos na sala de aula frente à turma, que percebemos o valor do planejamento, o que vamos passar para os alunos. Quais conteúdos farão a diferença no aprendizado das crianças e, ao mesmo tempo, de interesse dos aprendizes.

O construtivismo propõe que o aluno aprenda através da interação com o meio. Desta forma, parte-se do concreto ao abstrato, e, a metodologia de ensino deve privilegiar o interesse da criança. Se o indivíduo gosta da maneira como o conteúdo é aplicado e se tem afinidade com o objeto de estudo, mais rapidamente irá compreender. Conforme Sacristán e Pérez Gomes citado por (WEIDUSCHAT. 2007, p.70) “Os planos levam à busca prévia dos materiais mais adequados. Sua seleção se torna um processo explícito de liberação para escolher os mais convenientes”. Podemos afirmar, portanto, que sem planejamento não há aprendizagem formal de qualidade. Os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, devem ser analisados e re-analisados constantemente pelos professores.

Ainda conforme (SILVA. 2007, p.33) “A Psicologia coloca a necessidade de a ação pedagógica compreender o aluno em seu contexto social, cultural e econômico, pois assim, o professor estará conhecendo melhor seus pensamentos, suas formas de se relacionar com o mundo, com as coisas”. Se o professor conhece a realidade do aluno, como ele vive, sua família, certamente terá mais subsídios para fazer seus projetos e planos de aula.

Nas aulas de Matemática, trabalhamos conceitos de multiplicação. Pois, era o conteúdo que a professora estava passando para a turma. Segundo Macedo (USP), apud revista nova escola (Nº 19, p. 89, JUL, 2008) “A grande contribuição de Piaget, foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola, mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”.

Ainda conforme nos afirma (ANTUNES apud MÜLLER, 2008, p.56-57) “O conhecimento não apresenta um saber que ‘vem de fora’ ou que se capta no meio e que, não pode ser transmitido [...] o aluno efetivamente aprende a partir de experiências em sua interação com o ambiente e seus simbolismos e com os outros, em que se produzam ações físicas e mentais [...]”

Portanto, o ambiente e as situações que o professor (a) cria, são fundamentais para  o desenvolvimento do conhecimento lógico-matemático. Para D’Ambrosio (1996) citado por (JACQUES, 2007, p.14) ”Em grande parte, a matemática ensinada nas escolas ainda é desinteressante, obsoleta e inútil, e pouco responde às necessidades do mundo de hoje, é uma matemática morta”. 

Trabalhei com os alunos temas referentes ao dia-a-dia, através de resolução de problemas. A idéia de somas de parcelas iguais; a idéia de disposição retangular; análise de possibilidades. Conteúdos que fazem parte do cotidiano das crianças, como o comprimento de uma quadra; quantos quarteirões teem de casa à escola; quanto vou pagar pela bicicleta se comprar em várias parcelas; minha sala de aula tem 40 alunos, considerando que a escola possui 12 salas, qual será o total de alunos da escola; um dia tem 24 horas, quatro dias terá quantas horas? ...

A matemática pode se tornar prazerosa se não houver algumas práticas da era ‘jurássica’, como saber a tabuada ‘decorada’, por exemplo. Essas práticas só faziam as crianças odiarem estudar matemática. Segundo BRASIL/MEC- PCN- Matemática, (1998) citado por (JACQUES, 2007, p.8) “[...] ainda hoje nota-se, por exemplo, a insistência no trabalho com os conjuntos nas séries iniciais, o predomínio absoluto da Álgebra nas séries finais, a formalização precoce de conceitos e a pouca vinculação da matemática às suas aplicações práticas”. 

Em pleno século XXI, e com o advento das novas tecnologias, é imprescindível que as escolas e professores se adéqüem ao sistema de informações imediato (INFORMÁTICA). Pois, nossas crianças são da geração dos computadores; internet; lam house; interação virtual; hiper-textos. E, os Educadores não podem ficar alheios, às margens das tecnologias. Caso contrário as aulas cairão em um completo dês-interesse, por parte dos alunos, que vêem o mundo de uma forma diferente do que era no passado. A escola de hoje, é a mesma em que (MARIA MONTESSORI, 1870-1952) estudou, no século XIX. Onde, segundo ela “As crianças ficavam iguais uma coleção de borboletas, cada uma pregada no seu lugar”. Da mesma forma ainda é, não houve mudanças significativas: as crianças ainda ficam em filas indianas, um atrás do outro em suas carteiras; La na frente fica o professor (a), giz e quadro negro.

De quem será a culpa: da escola? do professor? Dos políticos? Da família? Da sociedade? Não importa, não podemos começar uma caça às bruxas, o que devemos todos fazer é pensar uma Educação, uma escola nova para o século XXI. Quem sabe um computador por aluno, um computador para o professor (a), em vez de quadro negro e giz, uma sala de aula com telão e retroprojetor (data show). Será um sonho? Ou necessidade? O movimento escolanovista (Escola Nova) iniciado nos primeiros anos do século XX, por Anísio Teixeira, inspirado na filosofia do norte-americano (JOHN DEWEY, 1859-1952), teve parte de seu ideário realizado, somente com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB- 9394/96. Portanto, quase cem anos de espera. Além de Teixeira, não podemos esquecer educadores como: Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles, Florestan Fernandes, Darci Ribeiro, que se engajaram naquela época, por uma Educação para todos, laica e gratuita. A educação ‘gratuita’ tem um custo para os cofres públicos. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, apud (REVISTA NOVA ESCOLA, nº 215, p.38), “Cada aluno do ciclo básico custa 1,5 mil reais. O ideal seria dobrar esse valor”. Quem sabe se começarmos um novo movimento hoje, até o final deste século, teremos a sala de aula dos sonhos de muitos Educadores, inclusive, da professora NADIR. 

 3. 1 PLANO DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA - AULA 1 (ANEXO)

3. 1. 1 Análise da intervenção

 A primeira aula foi um tipo de prospecção crítica. Eu, estagiário, procurando descobrir a melhor maneira de abordagem dos conteúdos, para melhor compreensão das crianças. Do outro lado, as crianças querendo saber como seriam minhas aulas. Tenho certeza da importância do diálogo franco, aberto, professor/ aluno, para a construção recíproca de conhecimentos. Pensando no meu tempo de escola, eu e meus coleguinhas, como nós aprendíamos, de qual modo nossos professores nos ensinavam. Naturalmente os tempos são outros, mas os meios de percepção, e de apreciação das aulas, pelas crianças, ainda são os mesmos. Os textos clássicos da literatura infantil: Disney; Monteiro Lobato; Vinícius de Moraes, entre outros, ainda despertam o interesse da meninada. Levei “Os Três Porquinhos” para a sala de aula e li a história para as crianças, que se divertiram muito com os porquinhos preguiçosos e com o atrapalhado lobo mau caindo no caldeirão com água fervendo. 

Após a leitura do texto por todos os alunos, cada criança leu um trecho da estória, fizemos uma análise da leitura, ou seja, o quê os porquinhos estavam construindo, quem queria comê-los, onde eles moravam? Prático, o porquinho mais velho era muito responsável e trabalhador, e os outros dois gostavam de trabalhar ou só de cantar e dançar? Penso que esses textos por chamarem a atenção dos pequenos, levam a uma boa compreensão, interpretação, o quê o autor quis passar foi entendido com êxito. Para crianças das séries iniciais do ensino fundamental, é importante que se trabalhe com textos que lhes chamem a atenção, pois, por estarem em processo de alfabetização e letramento, as histórias engraçadas, torna-se um centro de interesses pelas letras. 

Os exercícios apresentados na sequência foram resolvidos com facilidade. Na aula de geografia, a professora usou o texto para falar sobre ambiente e espaço. A experiência foi muito gratificante e, além da interação: prática pedagógica, ainda houve a interação social. Ou seja, conhecer as crianças que freqüentam a escola. Como essa nova geração se comporta no ambiente escolar.

3. 1. 2 Amostra de um trabalho da aula 1 (ANEXO)

3. 2 PLANO DE AULA DE MATEMÁTICA – AULA 2 (ANEXO)

3.2. 1 Análise da intervenção

Na segunda aula já existia certa cumplicidade, estávamos professor estagiário e alunos, mais a vontade. E esse estar à vontade, se vista de maneira crítica, pode ser danoso, pois, quando o assunto é Educação devemos sempre estar em estado de alerta. Quando as crianças resolviam passar dos limites, excessiva bagunça, a professora regente nos dava uma “força”. Com isso, aprendi como lidar com a turma e ministrar as aulas sem o problema de perder o controle da sala, por exemplo. Cito isso porque a grande preocupação dos acadêmicos (as) e professores (as), esta em como resolver questões de indisciplina nas escolas. Eis a importância de estar sendo acompanhado por um professor (a) experiente ao fazer o estágio.

Nesta aula abordamos questões matemáticas: conceito de multiplicação; a idéia de somas de parcelas iguais; a idéia de disposição retangular; análise de possibilidades. Os alunos estão bem adiantados e não houve maiores dificuldades para a resolução dos problemas apresentados a eles.

3. 2. 2 Amostra do trabalho da aula 2 (ANEXO)

3. 3 PLANO DE AULA DE PORTUGÊS – AULA 3 (ANEXO)

3. 3. 1 Análise da intervenção

A proposta da aula três foi diferente, pois, o desafio era os alunos lerem o texto, entenderem, e escreverem o final da história. Dessa forma, foram apresentados alguns possíveis desfechos para o acontecimento, para que eles analisassem e escrevessem o final mais adequado, de acordo com o ponto de vista deles, para a história. A meu ver todos foram muito bem na compreensão do texto e conclusão do mesmo. A metodologia aplicada aqui faz o aluno pensar, pensar criticamente sobre determinada situação. Aprender a ser criativo, pensar a leitura e a escrita como parte integrante do pleno desenvolvimento intelectual do ser humano.

3. 3. 2 Amostra do trabalho da aula 3 (ANEXO)

3. 4 PLANO DE AULA DE MATEMÁTICA – AULA 4 (ANEXO)

3. 4. 1 Análise da intervenção

 O tempo vai passando e certamente ficamos mais seguros em nossa prática educativa, aprendemos a ensinar, ou seja, percebemos como as crianças se aplicam mais na construção do saber. De que forma eles, cada um deles compreende, haja vista que os indivíduos aprendem de maneira diversa, cada um do seu jeito. Na aula 4, trabalhamos as contas de subtração de forma direta, ou seja, (28-15=13). A criançada gostou desta forma direta, talvez pelo fato de não terem que fazer a interpretação de um texto, (Joãozinho tem R$- 28,00, se ele comprar 15 docinhos pela quantia de R$- 1,00 cada, quanto lhe sobrará. Para D’Ambrosio (1996) apud (JACQUES. 2007, p. 15) “Para o teórico, o grande desafio para uma nova educação esta na incorporação da etnomatemática no sistema escolar. Matemática que responda as necessidades atuais do aluno”. A etnomatemática refere-se a saberes que se aprende na família e na sociedade.

Há crianças que nunca freqüentaram uma escola, porém, é nota 10 em matemática, vendem latinha; papelão; trabalham na feira, recebem e passam troco, pesam suas mercadorias e não erram. Por outro lado temos muitas crianças na escola que não conseguem resolver uma pequena conta, na aula de matemática. Será que a matemática ensinada nas escolas é desinteressante, não chama a atenção dos alunos, ou será o aprendizado um interesse individual. Ou seja, só aprendemos o que nos causa interesse, o que nos parece útil. 

3. 4. 2 Amostra do trabalho da aula 4 (ANEXO)

3. 5 PLANO DE AULA DE PORTUGUÊS – AULA 5 (ANEXO)

3. 5. 1 Análise da intervenção

 Na aula cinco (5), além do plano de aula que elaborei para esse dia, foi possível rever o conteúdo estudo durante a semana. “Reforçar” a matéria, não deixar dúvidas: passei exercícios no quadro para as crianças resolverem, em seguida fizemos a correção. Eventuais dúvidas foram devidamente esclarecidas. Tenho plena convicção que os pequenos entenderam o que foi estudado e, fico feliz por ter colaborado um pouquinho na educação daquelas crianças. 

3. 5. 2 Amostra do trabalho da aula 5 (ANEXO)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio dois (2) nos deu a oportunidade de estar, efetivamente, frente à sala de aula. Tem-se a oportunidade de estar na “pele” do professor, literalmente. Percebemos como será nossa prática, nosso dia-a-dia em uma escola como educador. Para Telma Weisz citada por (schotten. 2007, p. 55) “Quando analisamos a prática pedagógica de qualquer professor, vemos que, por trás de suas ações, há sempre um conjunto de idéias que as orienta. Mesmo quando eles não tem consciência dessas idéias, dessas concepções, dessas teorias, elas estão presentes”. É no contato com os mestres (as) e alunos na escola, que o futuro professor elabora um perfil que norteara sua prática. 

Na atuação em sala de aula, tem-se a oportunidade de reflexão, de analisar onde e como devemos melhorar. Que situações nos deixaram pensativos, intrigados, ou seja, planejamos uma coisa pensando ser excelente, mas na hora de por em pratica, ledo engano. Segundo (WEIDUSCHAT, 2007, p. 34) “[...] queremos dizer que existe um exercício intencional do professor que o leva, constantemente, a refletir sobre o que realizou, a mudar a sua ação sempre que necessário e a refletir novamente sobre os rumos de sua nova ação. Assim temos: Ação-reflexão-ação”. 

Pensando criticamente, os estágios supervisionados de licenciatura deveriam ter uma carga horária bem maior do que é atualmente. É comum lermos anúncios em jornais dizendo: precisa-se de professor de Matemática, História ou Pedagogia que tenha no mínimo seis (6) meses de experiência, então porque os formandos já não saem da faculdade com essa experiência? 

A arte de educar certamente é a mais nobre de todas. (WEIDUSCHAT 2007, p. 49) nos informa que: “Certamente, a grande preocupação que se apresenta gira em torno da formação do educador e da educadora para que estes dêem conta de discutir e de participar da construção de uma escola com valores humanísticos, de formação de sujeitos autônomos”. O didata, mestre, professor, deve sempre estar atento a sua formação, pois, o mundo esta em constante transformação. Citando novamente Paulo Freire “Esta atividade exige que sua preparação, sua capacitação, sua formação se tornem processos permanentes”. (apud WEIDUSCHAT. 2007, 

A experiência adquirida em sala de aula, fez com que de agora em diante, eu compreenda melhor as teorias da educação. Ao estudar, posso associar a teoria com a prática. Ou seja, posso ver o processo ensino-aprendizagem por outro ângulo. Entender as propostas de Freinet, ao propor que seus alunos escrevessem cartas a outros, para o desenvolvimento da escrita e da leitura com assuntos que lhes fossem pertinentes. E dos “centros de interesse” de (DECROLY, 1871-1932). Naturalmente que esses “interesses” deve ser organizados pelo professor, para o melhor desempenho das crianças. O professor, portanto, age como mediador entre aluno e conhecimento, intervindo no que Vigotsk chamou de “zona de desenvolvimento proximal”.

5 REFERÊNCIAS

JACQUES, Eleide Mônica da Veiga. Metodologia e Conteúdos Básicos de Matemática. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). – Indaial: Ed. ASSELVI, 2007.

LÜBKE, Helena Cristina. Metodologia e Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa. Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial: ASSELVI, 2007.

MÜLLER, Ana Paula Pamplona da Silva. Pedagogia da Educação Infantil. Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial: ASSELVI, 2008.

REVISTA NOVA ESCOLA. Grandes pensadores. São Paulo; Ed. Abril, n. 19, jul, 2008.

REVISTA NOVA ESCOLA. Machado para todas as idades. Ed. Abril, n. 215, set, 2008.

SCHOTTEN, Neuzi. Processos de Alfabetização. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). Indaial: Ed. ASSELVI, 2006.

SILVA, Daniela Regina da. Psicologia da Educação e Aprendizagem. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). – Indaial: Ed. ASSELVI, 2006.

SILVA, Daniela Regina da. Psicologia Geral e do Desenvolvimento. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). – Indaial: Ed. ASSELVI, 2005.

TOMELIN, Janes Fidélis; SIEGEL, Norberto. Filosofia geral e da Educação. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELVI). – Indaial: ASSELVI, 2007.

WEIDUSCHAT, Iris. Didática e avaliação. Associação Educacional Leonardo da Vinci 

(ASSELVI). – Indaial: Ed. ASSELVI, 2007, 2. ed.

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