quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Surgimento das Questões Sociais


1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por finalidade abordar as questões sociais desde o seu surgimento na Europa do século XIX, as mudanças com o passar dos anos e como é atualmente. São muitas as expressões que marcaram as etapas do Serviço Social no mundo e no Brasil.

O mundo capitalista em que vivemos onde o “capital” é o objetivo comum à todos, as pessoas não medem consequências para atingir suas metas.  Ou seja, desde o surgimento, as grandes industrias e seus administradores ficam cada vez mais ricos enquanto quem realmente produz, o trabalhador, esse é desconsiderado. Assim, enquanto as multi-nacionais ficam cada vez mais poderosas, os trabalhadores empobrecem, em todos os sentidos: financeiro, social e culturalmente, por falta de dinheiro e tempo.

2 O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL
 
A questão social teve início no século XIX, na Europa. A princípio, surgiu para pressionar o Estado a elaborar políticas públicas que atendessem a demanda do povo trabalhador que estava cada vez mais afundado na pobreza generalizada na época. O surgimento da classe burguesa, com a industrialização, e da classe operária, as pessoas que trabalhavam nas indústrias.  

Com a urbanização e industrialização, os trabalhadores abandonavam o campo e mudavam para as cidades, com o intuito de terem melhor qualidade de vida. Porém, com a desestruturação das cidades para receber essas pessoas, falta de moradias adequadas, saúde, entre outros, os trabalhadores se sentiram abandonados pelo Estado. Nesse sentido, começaram os questionamentos sobre os direitos dos trabalhadores.

Na época, o proletariado era obrigado pelos seus empregadores a trabalharem até 16 horas diárias, levando-os ao esgotamento.
 
Outra prática comum era a de empregar mulheres e crianças, por um salário menor que dos homens, para os burqueses terem maior lucro na venda de seus produtos. Isso deixava os homens desempregados, o que fazia muitos se perderem na embriaguez e, as mulheres, na prostituição, por falta de perspectivas.

A miséria era tanta, porém, aos olhos dos patrões, dos burqueses, estava tudo bem. Ninguém investia em melhorias para o povão. Eis o surgimento  das espressões da questão social. Segundo Netto (2001 p.42):
A "expressão  “questão social”, tem um histórico recente, começou a ser utilizada na terceira década do século XIX,  surge para nomear o fenômeno do  pauperismo. A pauperização da população trabalhadora   é  o resultado  do capitalismo industrial  e crescia  da mesma maneira que aumentava a produção”.

3 AS QUESTÕES SOCIAIS NO BRASIL

O Brasil nasce com os trabalhadores escravos. Já desde o início começa escravizando os negros africanos para trabalharem nas lavouras de cana-de-açúcar e nas minas. Começa errado e, de lá para cá, com as tantas mudanças, principalmente nos sistemas de governos, muitas políticas públicas foram implementadas.
Porém, conforme (GARCIA et al)

No século XIX, começa as lutas pelas condições de vida e de trabalho, queinscreve a Questão Social no Brasil e esta passa a ser elemento de movimentossociais. O Estado vai reconhecendo aos poucos que a Questão Social é umarealidade, e que algo pode mudar, mas as diversas manifestações ainda sãoresolvidas pela intervenção da polícia.

No início, o Serviço Social no Brasil tinha caráter assistencialista. Houveram muitas mudanças e, ainda precisa melhorar muitas coisas. Observe o que nos informa a seguir (NETO, 2007):

A assistência social no Brasil constitui, hoje, um campo em transformação. Transita de um período em que o foco de compreensão da assistência social era dado pela benemerência, a filantropia e o assistencialismo com conotação de clientelismo político para a condição de um direito social inscrito no âmbito da seguridade social. Posto desta maneira até podemos imaginar estar ocorrendo uma verdadeira revolução nesse campo. No entanto, entre o momento da inscrição da assistência social na Constituição Federal (1988), como um direito social, e o uso efetivo do direito pelo cidadão, uma profunda mudança política e comportamental deve ocorrer.

No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, a classe operária tem se desenvolvido, melhorado seus patamares sociais. Ou seja, teve uma melhora acentuada no que diz respeito a qualidade de vida. Porém, apesar das inúmeras políticas públicas voltadas ao trabalhador, ainda falta muito a ser feito efetivamente.

O governo tem se preocupado criando diversas formas de compensação ao trabalhador. Como, por exemplo: a criação de diversas “bolsas: estudos, alimentação, remédios, etc,” para ajudar as classes menos favorecidas economicamente. Além de construções de casas populares para ajudar aqueles que não tem moradia própria e da reforma agrária. Claro que todas essas medidas tem surtido efeito, mas, de forma assistencialista. O que se espera é que as pessoas consigam a autonomia que precisam, por si só. Ou seja, a partir de suas competências. E isso só se consegue quando as pessoas conhecem de fato seus direitos e deveres.

Uma das maneiras de deixar de ser alienado é através do conhecimento, dos saberes adquiridos principalmente através de uma educação de qualidade para todos.

O principal objetivo ainda é o capital. Seja em forma do capitalismo industrial ou da informação.

4 AS MANIFESTAÇÕES POPULARES

A população brasileira atual tem se manifestado nas ruas exigindo que seus direitos sejam respeitados. Há poucos messes vimos diariamente nos meios de comunicação trabalhadores se manifestando no Brasil inteiro. O povo está mais conscientes de seus direitos e, isso é bom. Só não pode deixar ser usado como massa de manobras por ideologias inconsequentes que não trazem nenhum benefício prático a população menos favorecidas. Aqueles que realmente fazem o progresso da nação.

A voz da multidão surte efeito, as mudanças foram atendidas quase em sua totalidade pelo governo, como, por exemplo: a diminuição dos preços das passagens dos coletivos e a reestruturação dos Postos de Saúde com a vinda de muitos médicos estrangeiros ao Brasil para suprir a demanda desses profissionais. Principalmente nas regiões mais pobres, que sofrem mais com a falta de bons especialistas.   

5 CONCLUSÃO

As questões sociais devem ser vistas como necessidades a serem corrigidas tanto pelo Estado, ONGs, ou pelo mercado de trabalho. Ou seja, o Estado não pode se omitir de suas obrigações tentando terceirizar os serviços essenciais ao trabalhador. Deixando muitas vezes nas mãos de organizações do terceiro setor.

Claro que há muitas Organizações não Governamentais que fazem  excelentes serviços voltados à comunidade. Porém, Estado e Mercado de trabalho devem estar mais presente no trato com os trabalhadores, em todos os sentidos.
5 REFERÊNCIAS

AGUIAR, Carlos Alberto Monteiro de.  Assistência Social no Brasil: a mudança do modelo de gestão. Disponível em: http://www.fundap.sp.gov.br/publicacoes/TextosTecnicos/textec3.htm. Acesso em: 09/10/2013.

GARCIA, Lívia Oliveira; RAMOS, Vanessa Martins; BONADIO, Valdares Maria Romera. A questão social. Disponível em: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/938/909. Acesso em: 09/10/2013.

NETO, J. P. Cinco  Notas a Propósito da “Questão Social “. In: Revista  Temoralis  nº 3. ABEPSS, 2003.

Nenhum comentário: