quarta-feira, 14 de julho de 2010

EDUCAÇÃO É ITEM SUPÉRFLUO AO CONSUMIDOR

Um dos caminhos para a educação avançar, na visão dos especialistas, é o brasileiro entender o quanto é decisiva a formação educacional para o crescimento de um indivíduo. Este reconhecimento ocorre, em geral, a partir de duas vertentes. Uma é o acompanhamento direto dos pais em relação ao que os filhos aprendem ou não e ao trabalho que é feito na instituição de ensino. Nesta já se sabe que os responsáveis se envolvem bem menos que o aconselhável. Outra forma de avaliar o quanto se valoriza a educação, que, por sinal, tem sido pouco estudada, é saber em que medida a educação é prioridade nos investimentos familiares. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último mês, lança uma luz sobre este último ponto e revela um quadro que também não é muito animador. A partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), iniciada em 2008 e concluída em 2009, fica evidente que, na lista de prioridades dos gastos da população, o ensino se torna um item quase supérfluo. As famílias brasileiras, por exemplo, gastam 1,3% de seus orçamentos com calçados. Isto representa mais do que o dobro do que é despendido com mensalidades escolares dos ensinos fundamental e médio ou dos cursos de ensino profissionalizante e de idiomas, ambos com participação de 0,6%. Com ensino superior, os brasileiros gastam um pouco mais: 0,8% de suas rendas. O percentual, porém, é o mesmo destinado a um tipo de consumo que contribui bem menos para o crescimento pessoal e profissional, como compra de perfumes ou gastos com cabeleireiro.

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