sexta-feira, 11 de junho de 2010

AFRODESCENDENTES: ORIGENS E CULTURA

Os primeiros africanos foram trazidos para o Brasil, aproximadamente, em 1550, 50 anos após a chegada dos portugueses à nossa terra.

Entre os diversos povos que viviam na África havia a nação dos bantos, hauçás, fulas, etc. Por trás desses diferentes nomes, havia uma enorme diversidade cultural, a começar pela língua e pelos traços físicos.

O fluxo de africanos para o Brasil durou mais de 300 anos e envolveu muitas pessoas. Estima-se que, mais de 4 milhões de africanos tenham entrado no país por um dos vários portos em que os navios ancoravam. Eles enriqueceram a cultura brasileira com seu trabalho, seus rituais, tradições, artes e línguas.

A presença de africanos e seus descendentes estão associados a uma prática que atualmente, é considerada inaceitável: a escravidão. Mas, durante quase 400 anos, ela foi uma das características mais marcantes de muitas sociedades. Em decorrência dela, criou-se um forte preconceito racial, visto até hoje também em nossa sociedade.

CONHECENDO A ÁFRICA

A África é um continente muito extenso, onde existem mais de 50 paises. Ela é considerada o “berço da humanidade”, pois lá foram encontrados os vestígios mais antigos de seres humanos. É na África que encontramos o maior deserto do mundo, o Saara, que fica no norte da África. São faladas mais de duas mil línguas em toda a África

O TRÁFICO DE ESCRAVO

A vinda forçada dos africanos, como escravos, para o Brasil é chamada de tráfico negreiro ou tráfico de escravos.

O africano escravizado era trocado por artigos europeus como: armas de fogo, tecidos, sal, tabaco, cachaça, rum, açúcar.

Os africanos eram jogados nos porões de navios sem conforto algum, onde a água e a comida eram sempre insuficientes. A viagem durava de 1 a 3 meses. Eram muitos que não resistiam. Livravam-se deles, jogando-os ao mar. Os que chegavam aqui estavam sempre doentes, fracos , coberto de feridas.

Após o desembarque, iam para armazéns, onde ficavam alojados e eram expostos aos compradores, como gado, nas feiras. Depois de vendidos, iniciava-se a caminhada para as fazendas, onde eram postos a trabalhar. Os escravos trabalhavam no plantio da cana de açúcar, criação de gado, cultivo de algodão, fumo e extração de minerais preciosos. Realizavam também serviços domésticos, construindo edifícios, abrindo ruas e vendendo quitutes.

RESISTINDO À ESCRAVIDÃO

Muitas foram as formas de resistência à escravidão: fugas, suicídios, formação de quilombos e preservação de valores culturais e religiosos .

Existiram muitos quilombos no Brasil, sendo o maior e mais conhecido o de Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, e seu líder era Zumbi. Nos quilombos seus habitantes, os quilombolas, reproduziam a organização política e econômica das tribos ou nações africanas em que vieram.

A resistência foi decisiva para o término da escravidão no Brasil, em 1888.

LEIS ABOLICIONISTAS

As principais leis abolicionistas foram:

LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓZ - assinada em 1850, proibia o comércio de escravos.

LEI DO VENTRE LIVRE – assinada em 1871, deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir desse ano.

LEI DO SEXAGENÀRIO – assinada em 1885, libertou os escravos com mais de 65 anos.

LEI ÁUREA – assinada em 1888, acabou definitivamente com a escravidão no Brasil.

A HERANÇA CULTURAL DOS AFRODESCENDENTES

A presença de africanos e seus descendentes em nosso país influenciaram a formação cultural da sociedade brasileira. Em nosso cotidiano, essa herança é facilmente percebida. Em nome da diversidade, ela deve ser valorizada e respeitada.

A alimentação do brasileiro africanizou-se desde cedo, com a introdução do azeite-de-dendê, da pimenta malagueta, do quiabo e de pratos como o angu, caruru, acarajé, vatapá, o tutu de feijão à mineira, no uso frequente da abóbora, jerimum e da melancia.

Nós também conhecemos e fazemos uso de palavras africanas como: batuque, bengala, cachaça, cachimbo, cafuné, camundongo, muamba, quindim, quitanda, quitute, senzala e, é claro, samba.

Mais uma das heranças da cultura africana são as oferendas a Iemanjá, uma divindade muito popular e adorada por diversos africanos e seus descendentes. A “rainha do mar” é considerada a protetora das mães e esposas.

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